Candidatos CDU em campanha

<font color=0093dd>Situação dramática no Entroncamento</font>

Sérgio Ribeiro, deputado europeu e candidato nas listas da CDU, visitou anteontem a EMEF, empresa de metalomecâncica de reparação de material circulante para caminho de ferro.

Este per­curso foi pas­sando de pre­o­cu­pante a dra­má­tico.

Situada no concelho do Entroncamento, a EMEF chegou a ter cerca de cinco mil trabalhadores. Embora o futuro seja incerto, com a entrega do aparelho produtivo nas mãos das grandes multinacionais ou pura e simplesmente com o seu desmantelamento, receia-se que daqui a dois anos apenas existam 300 operários a laborar na empresa.
A visita de Sérgio Ribeiro, para além de comprovar aquilo que o PCP tem vindo a denunciar ao longo dos últimos anos, possibilitou ainda comprovar o percurso que tem tido a CP, empresa pública da maior relevância económica na vertente ligada ao transporte ferroviário.
«Este percurso foi passando de preocupante a dramático, como sempre denunciámos, previmos e prevenimos, através de complicadas engenharias empresariais e privatizadoras que afastam o poder político, que democrático deveria ser, das alavancas da economia e, no caso, do transporte ferroviário, com graves consequências para o distrito, particularmente para o Entroncamento», afirmou, terça-feira, Sérgio Ribeiro, numa declaração proferida acerca da empresa. O segundo candidato da lista da CDU salientou a recente interpelação ao Governo pelo Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, e as medidas recentemente anunciadas pelo Governo relativamente à negociação em curso entre a CP e a transnacional Bombardier.
«São dois processos de um mesmo processo estratégico que se cruzam e convergem de forma que, se não pode ser escondida, os poderes económicos e políticos não gostariam, decerto de ver explicada. O processo da CP, desmembrando a criando unidades empresariais ou de custos, com desmobilização de algumas actividades vitais; o da Sorefame, privatizando e entregando à transnacional Bombardier uma empresa pública relevante no aparelho produtivo», acusou o eurodeputado comunista.

Des­prezo pelos tra­ba­lha­dores

Entretanto, continua Sérgio Ribeiro, «quando a Bombardier, de acordo com os seus interesses privados, fecha, deslocaliza, despede, e o problema é levantado pelos trabalhadores da empresas e pelos eleitos do PCP por forma a criar um caso, escamotear a solução que o que o Governo promove passa por uma negociação da Bombardier com a CP que envolve a EMEF, ao que parece com o desconhecimento de responsáveis desta, para já não falar do desconhecimento dos trabalhadores, que, como é habitual nesta estratégia, são apenas referidos como sendo excedentários».
Nesta visita à EMEF, para além do eurodeputado comunista, participaram Martins Jorge, da Direcção de Organização Regional de Santarém do PCP, Azevedo Delgado e Feijão, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, Luís Grácio, da Comissão de Trabalhadores da EMEF, António Ferreira, vereador na Câmara Municipal do Entroncamento e Mata, da Concelhia do PCP.
No final, a comitiva fez uma visita a vários locais de trabalho das oficinas onde se contactaram algumas dezenas de trabalhadores, numa conversa sem interferência das chefias. Como conclusão, os operários estão preocupados com o futuro da empresa sem no entanto conhecerem as orientações estratégicas, se as há.
Fu­turo pouco pro­missor

Os dados do Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­tica (INE) são inequí­vocos. De 1995 a 2000 de­sa­pa­re­ceram, no En­tron­ca­mento, mais de 2415 postos de tra­balho, menos 83 por cento do vo­lume de em­prego, na In­dús­tria Trans­for­ma­dora, sendo a es­ma­ga­dora mai­oria no sector fer­ro­viário.
Esta si­tu­ação teve re­per­cus­sões no au­mento do de­sem­prego, no dis­paro do nú­mero de tra­ba­lha­dores em si­tu­ação de pré-re­forma e na de­gra­dação da qua­li­dade do em­prego exis­tente, por via da sub­con­tra­tação, no con­celho. O apa­re­ci­mento de mul­ti­na­ci­o­nais como a Alston, que ga­nhando con­cursos sub­con­trata ou­tras em­presas, o que leva à de­gra­dação da qua­li­dade do em­prego.
Mesmo com o au­mento, no con­celho, das su­per­fí­cies co­mer­ciais onde do­minam os con­tratos a prazo, ile­ga­li­dades e des­pe­di­mentos en­ca­ra­pu­çados houve uma perda de cinco por cento dos seus postos de tra­balho.
Se­gundo os mesmos dados, do INE, esta perda da qua­li­dade do em­prego, so­bre­tudo no de­sa­pa­re­ci­mento do em­prego da EMEF, re­flectiu-se no In­di­cador de Poder de Compra per ca­pita no En­tron­ca­mento que desceu de 132,59 por cento para 126,32 por cento no pe­ríodo de 1995 a 2000. O de­sem­prego é muito mais alto nas ca­madas jo­vens.

Der­rotar a po­lí­tica de di­reita

No âmbito das Eleições Europeias, a actual deputada do PCP e terceira candidata da lista CDU, Odete Santos visitou, na passada semana, a Região do Oeste. Acompanhada pelo candidato natural de Peniche, Jorge Abrantes, a comunista deslocou-se ao Mercado local e à noite assistiu a uma sessão pública na sala da Assembleia Municipal de Alcobaça, que contou com a presença de Rogério Raimundo, vereador da CDU.
Esta iniciativa serviu para apelar ao voto na CDU, condenar a política do Governo PSD/CDS-PP e explicar a necessidade de derrotar, nas urnas, a coligação de direita, assim como, defender os interesses nacionais e o progresso de Portugal no processo de integração europeia, num rumo de justiça social, de cooperação entre os Estados soberanos e iguais, de protecção do ambiente, de paz e desenvolvimento.

Re­for­mados com ra­zões para pro­testar
Por uma vida digna


Ilda Fi­guei­redo e Carlos Car­va­lhas participaram, no passado dia 20, num convívio de reformados dos distritos de Lisboa e Setúbal. Falando para centenas de pessoas, a candidata da CDU repudiou que não se garantam as condições dignas de vida aos idosos num momento em que os avanços na ciência e na tecnologia permitem viver mais tempo. A eurodeputada recusa que pessoas que trabalharam toda uma vida vivam os seus últimos anos com extremas dificuldades.
Ilda Figueiredo destacou o trabalho dos comunistas, em Portugal e no Parlamento Europeu, em prol da melhoria dos apoios nos cuidados médicos e na igualdade no acesso aos cuidados de saúde e ao apoio domiciliário, à cultura e ao lazer. A candidata da CDU lembrou ainda a forte oposição dos comunistas à privatização de importantes serviços públicos, como a saúde e a segurança social.
Carlos Carvalhas apelou aos reformados para que não se deixem enganar pela demagogia de alguns candidatos. E lembrou as promessas de Paulo Portas há cinco anos atrás, afirmado que aproximaria as reformas mínimas do salário mínimo nacional. «Os demagogos, que só se lembram dos reformados e dos trabalhadores na altura das eleições, fazem promessas, mas depois apanham-se com os votos, e trabalham para a banca e os grandes senhores do dinheiro», acusou Carvalhas.
Após as intervenções, a candidata e o secretário-geral rumaram para outras iniciativas, para contactar mais gente. Quanto aos reformados, por ali ficaram, a conviver, a dançar, e a reflectir sobre o que ouviram, e que certamente transmitirão a quem por ali não passou.

Ar­ruada em Lisboa

Ilda Fi­guei­redo e Odete Santos, bem como outros candidatos da lista da CDU, participaram na passada segunda-feira numa arruada pela baixa lisboeta. Nesta acção, os candidatos e os numerosos activistas que os acompanhavam puderam contactar com quem passava, distribuindo folhetos com as propostas da coligação para um novo rumo para Portugal e para a Europa. Muito solicitadas, Ilda Figueiredo e Odete Santos não evitaram o contacto com as pessoas, demonstrando as razões para o voto na CDU.

Si­len­ci­a­mento em Pombal

Para além dos duvidosos critérios dos grandes órgãos de comunicação social, também os mais pequenos parecem ter enveredado pelo silenciamento da campanha da CDU, das suas propostas e actividades. É disto que se queixa a Comissão Concelhia de Pombal do PCP, que acusa a imprensa da terra de ter ignorado completamente a passagem pelo concelho da cabeça de lista da CDU ao Parlamento Europeu, Ilda Figueiredo. Ao mesmo tempo, acusam os comunistas, candidatos de outras forças tiveram direito a «empolado relevo».
A Comissão Concelhia do PCP considera este comportamento da imprensa local altamente discriminatório, ainda para mais sabendo que a candidata comunista chegou a ser entrevistado por jornalistas destes órgãos. Mas as entrevistas nunca seriam publicadas. Os comunistas de Pombal decidiram também apelar a todos os órgãos de imprensa para que respeitem os critérios mínimos de equidade e pluralismo entre as diferentes candidaturas.


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